27/12/2013

[Resenha] Fazendo Meu Filme



Autor: Paula Pimenta

Editora: Gutenberg

Páginas: 336

Preço: 22,41 no Submarino.

Velocidade da leitura: Rápida - Média - Demorada

Ano: 2009











Sinopse: Fazendo meu filme é um livro encantador, daqueles que lemos compulsivamente e, quando terminamos, sentimos saudade. Não há como não se envolver com Fani, suas descobertas e seus anseios, típicos da adolescência. Uma história bem-humorada e divertida que conquista o leitor a cada página. Seja a relação com a família, consigo mesma e com o mundo; seja a convivência com as amigas, na escola e nas festas; seja a relação com seu melhor amigo e confidente. Tudo muda na vida de Estefânia quando surge a oportunidade de fazer um intercâmbio e morar um ano em outro país. As reveladoras conversas por telefone ou MSN e os constantes bilhetinhos durante a aula passam a ter outro assunto: a viagem que se aproxima. É sobre isto que trata este livro: o fascinante universo de uma menina cheia de expectativas, que vive a dúvida entre continuar sua rotina, com seus amigos, familiares, estudos e seu inesperado novo amor, ou se aventurar em outro país e mergulhar num mundo cheio de novas possibilidades. As melhores cenas da vida de Fani podem ainda estar por vir.


Muito bem visto e comprado por muitas adolescentes brasileiras, Fazendo Meu Filme tem um ótimo histórico de vendas e comentários. Sendo leitura anterior a Minha Vida Fora de Série, teve um sucesso fenomenal entre os leitores brasileiros de plantão. Devido a tamanho sucesso, fiquei curiosa e, aproveitando uma promoção muito boa que reduziu o preço dos três primeiros livros da série à metade, resolvi comprá-los e acrescentá-los à minha coleção. Quer saber o que eu achei? Então continue lendo a resenha.

A edição da Editora Gutenberg está muito bem trabalhada. Com 336 páginas brancas e repletas de palavras em uma fonte agradável de ser lida, o livro tem uma capa belíssima e tipografia muito convidativa. Não encontrei errinhos de revisão ou tradução ao longo da leitura, o que deu uma estrelinha a mais para a editora, pelo cuidado.

Estefânia é uma adolescente de dezesseis anos com vários sonhos e desejos, como várias adolescentes que conhecemos. Adepta ao seu apelido, Fani, a garota é apaixonada pelo professor desde que se viu admirando mais as aulas de biologia e possui três melhores amigos a quem é muito apegada, além de uma turma da qual não consegue se separar. Em meio aos trancos e barrancos da adolescência, Fani compartilha suas paixões e descobertas ao decorrer da história, além da chegada de um possível intercâmbio que pode vir a mudar sua vida para sempre.

Fazia mais de um ano que eu não lia nada da Paula Pimenta e, por isso, já tinha me esquecido do seu estilo de escrita. Sem muitos diálogos e descrições, através de um sacolejar rápido de cenas e ações, Paula nos narra a vida de Fani em primeira pessoa e de maneira fácil, envolvente e gostosa. A cada capítulo, é possível encontrar quotes de filmes bem conhecidos, que ocupam um cantinho no coração da protagonista, fazendo com que o leitor se aproxime cada vez mais da realidade da personagem.

Apesar de ser um bom passatempo, Fazendo Meu Filme não chega a ser um livro memorável. Tudo bem que o tema é bem explorado e as dúvidas e inseguranças da personagem são bem apontadas no enredo, mas bem... Esse é o ponto: Fani tem dúvidas e inseguranças demais. Eu tenho quinze anos e achei a protagonista muito bobinha para a idade. Só para vocês terem ideia, a própria Priscila, de Minha Vida Fora de Série, se mostrou mais madura que a tão reconhecida Estefânia. Tal ponto é um erro, já que a protagonista da série spin-off criada por Paula tem treze anos de idade.

Tá bom, deixa eu explicitar para vocês: essa parte da adolescência é muito conhecida pela confusão de hormônios que acontece no corpo tanto da garota, quanto do garoto. Resumindo? Faltou a parte do sexo na história. Não o ato propriamente dito, já que estamos falando de um livro juvenil, mas a confusão sobre a coisa. Até as revistas para adolescentes de hoje em dia tem uma coluna sobre o assunto, gente! É praticamente impossível as meninas dessa idade não pensarem, comentarem ou discutirem o assunto, com curiosidade infinita.

Entendo que o público da autora conte com meninas de onze, doze anos e assim por diante, mas vamos combinar que a idade das personagens exige que seja inserida uma pauta diferente, não necessariamente aprofundada. Essa crítica não serve apenas para esse livro, como para os autores que desejam trabalhar com personagens dessa idade. Explorando um pouco mais o cunho sexual do(a) adolescente em questão, seria possível até mesmo instruir seu público a se cuidar na hora de iniciar suas descobertas, uma vez que os adolescentes de hoje em dia andam se antecipando um pouco mais no que se trata desse tipo de atividade.

Jogando toda essa imaturidade para o lado, me identifiquei com Fani em algumas situações, mas a identificação foi bem escassa mesmo. Apesar do romance existente na trama ser bem fofinho, eu fiquei com vontade de jogar o livro na janela, de tão boba que a situação era. Ah, Nat, então quer dizer que você não é romântica? Sou sim, mas uma coisa é ser perito em romance, outra completamente diferente é não fazer as coisas acontecerem. Me perguntei várias vezes como as meninas conseguem se apaixonar por algo tão... Lento. Mas fazer o que, né? Cada um com seu gosto.

Apesar dos pesares, Paula Pimenta criou um universo com personagens tão críveis que você pode encontrá-los ali na esquina lanchando em uma lanchonete agradável. Eu me senti um pouco incomodada com as características deles, uma vez que por muitas vezes não encontrei pontinhos nos quais eles fizessem mesmo a diferença. O foco do livro e a caracterização gira em torno de Fani e Léo, mas senti falta de mais aprofundamento nos personagens secundários, já que estes aparecem tantas vezes.

Por fim, o final do livro não me encantou tanto, embora tenha feito com que eu exclamasse um grande "aleluia" dentro de casa. No fim das contas, tomei por conclusão de que essa é uma obra que deve ser apreciada sem muitas pretensões, como mais um passatempo, uma história fofinha que é convincente nos momentos em que você está se sentindo apaixonado(a) e de bem com a vida.


6 comentários:

Comentários
6 Comentários
  1. Ah, eu gostei bastante do livro. E não iria gostar se abordasse assuntos relacionados ao sexo, nem que fosse só a confusão mesmo. Eu não me identifiquei com a Fani, a não ser pelo fato dela ser tímida e eu também. Mas de resto não, até porque acho que eu não teria coragem de fazer um intercâmbio. Beijo Nat.♥

    PiinkCookie.blogspot.com

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    1. Oi, Laura!

      Ah, existem maneiras singelas de fazê-lo! Ainda assim, a personagem continua sendo muito bobinha para a idade :/

      Beijos,

      Natalia Leal

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  2. Ah, que pena que não gostou tanto. Não li, mas só vejo elogios... Sobre a questão do sexo, acho difícil opinar sem ler, mas confesso que gosto de abordagens que fogem ao assunto, porque ficam diferentes e mais doces...

    Bjs, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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    1. Oi, Isabela!

      Pois é, como eu disse acima, existem maneiras mais delicadas de se fazer isso. Isso vai de cada autor ^^

      Beijos,

      Natalia Leal

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  3. Olá indiquei você pra responder uma tag amor
    http://garotaagridoce.com/tag-minha-vida-literaria-em-2013/

    Se responder me avisa?
    Beijoos

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    1. Olá!

      Vou dar uma olhada na tag, pode deixar que qualquer coisa entro em contato!

      Beijos,

      Natalia Leal

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